segunda-feira, 30 de outubro de 2017

PROFESSORES APOSTAM EM MANEIRAS DIFERENTES PARA ENSINAR SEUS ALUNOS



http://www.piacabucunews.com.br/enem-tera-detectores-de-metal-em-todos-os-banheiros



  O Enem deste ano está chegando, o exame será realizado em dois domingos consecutivos: dias 5 e 12 de novembro. Sabe-se o quanto esta prova deixa os alunos apavorados e cheios de conteúdo para estudar, muitas vezes de última hora!
  Nesse momento decisivo para a vida de tantos jovens, é importantíssima a participação do professor como um mediador e facilitador da compreensão de todo esse conteúdo denso que envolve todas as disciplinas regulares: matemática, gramática, literatura, biologia, química, física, história, geografia, conhecimentos gerais e habilidade num segundo idioma...Ufa! É realmente muita coisa!
  Criatividade, formação contínua, comprometimento científico, afetividade, habilidade didática, paciência, empatia, empenho e muito amor pela pedagogia são características dos professores que querem e tentam, realmente, de uma forma bem descontraída e comprometida ajudar seus alunos a obterem bons resultados no exame.
   Na edição do último domingo do programa Fantástico (29/10), ocorreu uma matéria bem divertida que explora esse assunto. Abaixo, disponibilizo o link a quem interessar. Vale a pena assistir e se preparar muito bem para os próximos domingos! 

Vídeo: Professores apostam em maneiras diferentes para ensinar seus alunos

E lembrem-se: a internet está repleta de cursos preparatórios, páginas, vídeos e diversas mídias que abordam temas exigidos no Enem. 

 Bom feriado, boa prova e até a próxima!

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

BRINQUEDO DE MENINO X BRINQUEDO DE MENINA

         

Vamos falar sobre gênero? Será que o brinquedo tem sexo?

https://www.vix.com/pt/



      É sempre necessário principalmente para nós, educadores, reforçarmos a importância do brinquedo e da ludicidade para o desenvolvimento infantil. Segundo Vygotsky (1930- 1934): 

          "É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos. Um estudo de Lewin sobre a natureza motivadora dos objetos para uma criança muito pequena conclui que os objetos ditam à criança o que ela tem que fazer: uma porta solicita que a abram e fechem(...)”

        Este trecho nos mostra que o brinquedo é uma forma de atividade que nasce a partir da maturação das necessidades das crianças. No brinquedo a criança cria uma situação imaginária para satisfazer os seus desejos irrealizáveis num dado momento real. A ação que a criança exerce sobre o brinquedo está ligada a motivações, tendências e incentivos. O brinquedo constituiu função emocional porque nele é expressado o significado que os objetos têm para a criança, portanto a forma como uma criança se comporta em uma determinada brincadeira, revela aquilo que ela considera ser adequado socialmente. Por exemplo, quando uma criança, com sua boneca no colo, assume o papel de mãe, ela imita o comportamento maternal da maneira como entende que uma mãe deve agir com sua filha. Sendo assim, o brinquedo contribui para o desenvolvimento infantil porque desperta a noção de regras comportamentais aceitas socialmente e fortalece o lado emocional e o autocontrole.

       Como em um exemplo citado no livro de Vygostky, “A Formação Social da Mente”, é muito comum que duas irmãs brinquem de ser irmãs porque o que passa despercebido na vida real, torna-se uma regra de comportamento no brinquedo. Portanto, ao brincarem de ser irmãs, as duas irmãs exibem o seu comportamento a partir do que consideram certo que duas irmãs façam na vida real, desse modo, são criadas regras de comportamento para a brincadeira, tornando aceitáveis apenas ações que dialogam com essas regras (Modo de falar, modo de andar, modo de se vestir, etc.) Portanto, ditar às crianças quais brinquedos elas devem escolher é prejudicial tanto para a construção da autonomia, quanto para a percepção das regras sociais construídas historicamente e para a construção de novos modos de percepção de mundo. A nossa função é deixá-las livres para escolherem os brinquedos mais divertidos e mais construtivos do ponto de vista delas (não do adulto). Não devemos categorizar os brinquedos em masculinos e femininos porque todos eles representam "coisas" que constituem a  realidade da criança e do seu cotidiano. Da mesma forma que as meninas podem segurar uma boneca no colo, imitando o comportamento materno, os meninos podem fazer o mesmo, imitando o comportamento paterno, aprendendo a cuidar. Da mesma maneira, é possível que meninas brinquem de carro e entendam melhor sobre a mecânica de um veículo. 
      Atenção: Isso não significa que as meninas não possam mais brincar de cozinhar e os meninos não possam mais brincar de carrinho. Não sejam radicais e lembrem-se: é a criança quem escolhe, não interfiram de maneira preconceituosa nessas escolhas, apenas certifiquem-se de que elas estão seguras enquanto brincam. Deixem que a criança explore o mundo que a cerca, uma das melhores formas de aprender é explorando!

Quais outros exemplos de brinquedos e brincadeiras podemos citar? 

Até a próxima!


domingo, 19 de março de 2017

PROJETO ÂNCORA

       


     A trajetória do Projeto Âncora  teve início quando Walter Steurer e Regina Machado Steurer decidem, em setembro de 1995, atender jovens e crianças no contra turno da escola pública, oferecendo atividades de arte, cultura, esporte, lazer e cursos profissionalizantes para os maiores de dezesseis anos.
     Em 2002, o Projeto Âncora passou a oferecer reforço escolar e biblioteca e em 2007 surgem os Encontros de Educação com o propósito de complementar a formação dos professores da rede pública e estudantes de pedagogia da região.
     Em 2011, com a morte do fundador e percebendo que o projeto deveria se consolidar e se expandir, o professor José Pacheco, conhecido no Brasil devido a sua experiência na Escola da Ponte de Portugal, transformou o projeto em uma escola formal que passou a atender integralmente todas as crianças.
     Hoje, o Projeto Âncora é uma Associação Civil de Assistência Social, de natureza beneficente, filantrópica e cultural de fins não econômicos e não lucrativos, regida pelo Estatuto Social e está localizado em Cotia- SP.
   
Como funciona?

     Com um ensino focado na autonomia, o Projeto Âncora propõe formar verdadeiros cidadãos, estimulando valores como responsabilidade, respeito, solidariedade, afetividade e honestidade.
     A diversidade está presente o tempo todo, uma vez que não existem salas seriadas, mas um espaço de ajuda mútua onde todos estudam juntos, independentemente da idade. Além disso, não há professores em frente a uma lousa despejando conhecimento sobre seus alunos, o aluno se faz autor do seu conhecimento, estabelecendo roteiros semanais daquilo que precisa estudar de acordo com suas preferências e, ao final da semana, as atividades precisam estar finalizadas. No Projeto Âncora, existem os tutores a fim de orientar e dar suporte aos alunos para que atinjam seus objetivos. Por exemplo: é possível estudar a matemática por meio de um projeto de culinária. Nesse caso, o aluno ou aluna interessada deve procurar seu tutor para entender conceitos matemáticos necessários ao desenvolvimento do projeto (medidas dos ingredientes, frações, etc). Ou seja, a autonomia é o principal agente para o desenvolvimento do conhecimento.
     Apesar de não ser uma escola conteudista, o tutor é a pessoa responsável por orientar os estudos, ajudando o aluno na elaboração de seu roteiro de forma a adequar os conhecimentos necessários a ele. Aqui, considero importante salientar que não é uma escola focada nos exames vestibulares, mas na humanização. Portanto, o aluno que visa prestar algum vestibular concorrido, precisará de complemento após se formar na educação básica.
   Outro aspecto importante é o desenvolvimento do senso político, viabilizado pelo exercício da assembleia de alunos através da qual os alunos decidem de que forma organizarão o funcionamento da escola, além de discutirem melhorias para o espaço. As decisões ocorrem por meio do debate até que se atinja o consenso, fato que desenvolve a capacidade de argumentação. As decisões nunca ocorrem por meio do voto.

Espaços de Convivência



      No amplo terreno de 11 mil m², estão áreas verdes, quadras de esporte, circo, salas equipadas com livros didáticos e computadores, refeitórios, pistas de skate, salas de música, de dança e de artes e uma biblioteca com mais de dez mil livros.

     Infelizmente, o Projeto só atende a comunidade local, restringindo a participação de todos, mas vale contribuir para que centros educacionais desse modelo se expandam no Brasil.
     Desse modo, estar no local, ser recepcionada pelas crianças, perceber o respeito que têm um com o outro, saber que os pais e/ou responsáveis apoiam 100% e participam o máximo da rotina dos filhos, ouvir as histórias dos jovens que fizeram intercâmbio nas escolas de Portugal, enriquecendo sua visão a respeito de uma educação para a vida e, finalmente, agregar conhecimento às nossas práticas diárias na área da educação são aspectos que fazem valer a pena a visitação do espaço. 
     Visite o site e entenda um pouco mais sobre essa proposta e, se possível, agende uma visita com a equipe pedagógica: 

http://www.projetoancora.org.br/index.php?lang=port 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

NEUROCIÊNCIA: QUEM APRENDE?

     No campo educacional, os estudos da neurociência têm ganhado cada vez mais espaço por investigar os caminhos utilizados pelo cérebro para alcançar a aprendizagem. A partir desses estudos, sabe-se que é essencial considerar o fator emoção no processo de ensino-aprendizagem, uma vez constatado que o cérebro só aprende quando se emociona.
     Em uma entrevista realizada com Francisco Mora, médico espanhol reconhecido por seus saberes na área da neurociência, ele afirma que a neurociência gera muito mais perguntas do que respostas e que há muitas interpretações equivocadas nesse campo da ciência, interpretações essas chamadas de "neuromitos".
     A partir de seus estudos e de sua experiência, Mora acredita que a educação pode transformar-se a fim de tornar-se mais atrativa e mais efetiva, começando pela redução do tempo das aulas convencionais de 50 minutos que facilmente cansam os alunos, fazendo com que não consigam manter a atenção por muito tempo.

http://razaoemquestao.blogspot.com.br

     Uma das perguntas da entrevista questiona a importância da neurociência para o avanço da educação e o doutor responde que é preciso redesenhar nossos métodos de ensino, sempre levando em consideração práticas que estimulem a atenção e toquem o coração de quem aprende. Dessa forma, é possível despertar e manter o interesse dos alunos.
     Ao falar sobre as certezas da neurociência, Mora cita o momento ideal para a alfabetização, dizendo que a melhor idade para iniciá-la é aos seis anos, uma vez que antes dessa idade as ligações neurais ainda não estão prontas para receber tais informações, causando enorme sofrimento àquele que aprende aos quatro anos, por exemplo. Aqui, devo acrescentar que, para obtermos êxito em nossas práxis pedagógicas, é necessário nos desvencilharmos de qualquer método de ensino obscuro, que obrigue, que repreenda e que sacrifique o aluno. A educação deve ser, em primeiro lugar, prazerosa.
     Quando questionado sobre qual a principal mudança a ser feita no sistema atual de ensino, Mora segue firme falando sobre a afetividade. Ao destacar a curiosidade como fator substancial para a aprendizagem, o doutor nos deixa claro que é essencial mostrar o diferente, cativar o aluno, fazer com que ele se lembre de determinada aula, tocar-lhe a alma, o coração, fazê-lo sentir; aprender a aprender para nunca mais esquecer.
Iniciar a aula com algum elemento provocador, algo que fuja aos esquemas monótonos de ensino é um bom primeiro passo para começar a modificar suas metodologias. Além disso, lembre-se que a recompensa sempre foi muito mais eficaz do que a punição, desde o surgimento dos estudos comportamentais behavioristas.
     Uma das dificuldades ao aplicar a neurociência nas escolas é que esses estudos não funcionam como uma fórmula matemática pronta e acabada, mas como estudos constantes e contínuos. Por não entenderem essa ciência e não estarem preparados, muitos professores desistem de praticá-la, permanecendo desatualizados e detentores de práticas estagnadas.
     Para finalizar, Francisco Mora nos revela um dos neuromitos: não é certo que só utilizamos 10% do cérebro para realizar nossas atividades. Ele nos explica que não há como quantificar a utilização do cérebro, já que para cada novo problema enfrentado, utilizamos novos mecanismos de resolução, junto com os mecanismos já existentes. A expansão das nossas inteligências é um processo lento e contínuo, não há receita mágica para fazê-lo mais depressa.
    Francisco Mora é autor do livro "Neuroeducación. Solo se puede aprender aquello que se ama". 

http://aeajs.blogspot.com.br

   
    Leia mais em: http://economia.elpais.com/economia/2017/02/17/actualidad/1487331225_284546.html

sábado, 4 de fevereiro de 2017

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DO CARNAVAL

   
     Ao longo da história o Brasil recebeu diversas influências de outros povos, sendo reconhecido como um país de vasta cultura devido ao processo de miscigenação (mistura de raças) iniciado no período da colonização.
     Sendo assim, o carnaval que conhecemos hoje também é sujeito da história e os principais agentes dessa construção foram os gregos, romanos, mesopotâmicos e, consequentemente, o cristianismo, responsável por atribuir-lhe o nome conhecido nos dias atuais.
      Antes dessa festa ser chamada de "Carnaval", recebeu alguns outros nomes como "Saceias", na Babilônia. Essa era uma festa em que um prisioneiro assumia o lugar do rei, se vestindo e comendo como ele, além de dormir com suas esposas. Ao final, o prisioneiro apanhava, era enforcado e morto, algumas vezes até empalado. Em contrapartida, havia uma outra celebração em que o rei permitia ser humilhado e espancado em frente a estátua de Marduk, um deus mesopotâmico. Ao final, o rei voltava a ocupar o seu trono.
     Nesses dois casos, ocorre a inversão dos papeis sociais, semelhante ao que ocorre no Carnaval dos dias atuais em que encontramos homens vestidos de mulheres e vice-versa.

http://www.panoramio.com/photo/123120609 - Templo de Marduk

     Os bacanais eram festas de origem greco-romana, em que as pessoas comiam e se embriagavam por dias, entregando-se aos prazeres carnais. Fazem alusão ao deus do vinho (Baco ou Dionísio) e até podemos relacionar essa ideia de libertinagem com o que ocorre nas festas carnavalescas atuais.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacanal - Bacanal

     Havia ainda em Roma outras celebrações conhecidas como Saturnálias e Lupercálias, as primeiras aconteciam em dezembro e as segundas em fevereiro. Como nas anteriores, os papeis sociais também eram invertidos e as festas duravam dias, com comidas, bebidas e danças.
     Após algum tempo, a Igreja Católica julgou as festas como profanas, uma vez que equiparava a inversão dos papeis sociais com a inversão dos papeis de Deus e do demônio. A partir do século VIII e com sua crescente ascensão, a Igreja criou a quaresma e determinou que as festas deveriam ocorrer apenas antes do período religioso para que, dessa forma, as pessoas estivessem purificadas para o momento sagrado, por isso a denominação "Carnaval", do latim carnis levale  que significa "retirar a carne".
     No Brasil, as primeiras festividades aconteceram no período colonial, uma delas foi o "entrudo", caracterizado por jogos violentos que remetiam ao tratamento recebido pelos escravos. No século XIX surgiram os cordões, compostos pela camada social mais humilde, instrumentos de percussão, apitos e dancinhas; os ranchos, que contavam com mais instrumentos e maior participação das mulheres e os blocos, formados por amigos que queriam andar pela rua sem coreografias prontas. Ambos contribuíram para a formação do que hoje conhecemos como Escola de Samba. Além desses, o maracatu e o frevo também marcam presença em nossa cultura carnavalesca. 

http://morteevidajose.com.br   -   Maracatu



Reflexão: No Carnaval dos dias de hoje, as pessoas têm mantido um equilíbrio entre o profano (diversão) e o sagrado (moral)?



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782000000200013
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/carnaval/a-pratica-carnavalesca-entrudo.htm
http://www.klickeducacao.com.br/
http://brasilescola.uol.com.br/
https://www.todamateria.com.br