Ao longo da história o Brasil recebeu diversas influências de outros povos, sendo reconhecido como um país de vasta cultura devido ao processo de miscigenação (mistura de raças) iniciado no período da colonização.
Sendo assim, o carnaval que conhecemos hoje também é sujeito da história e os principais agentes dessa construção foram os gregos, romanos, mesopotâmicos e, consequentemente, o cristianismo, responsável por atribuir-lhe o nome conhecido nos dias atuais.
Antes dessa festa ser chamada de "Carnaval", recebeu alguns outros nomes como "Saceias", na Babilônia. Essa era uma festa em que um prisioneiro assumia o lugar do rei, se vestindo e comendo como ele, além de dormir com suas esposas. Ao final, o prisioneiro apanhava, era enforcado e morto, algumas vezes até empalado. Em contrapartida, havia uma outra celebração em que o rei permitia ser humilhado e espancado em frente a estátua de Marduk, um deus mesopotâmico. Ao final, o rei voltava a ocupar o seu trono.
Nesses dois casos, ocorre a inversão dos papeis sociais, semelhante ao que ocorre no Carnaval dos dias atuais em que encontramos homens vestidos de mulheres e vice-versa.
http://www.panoramio.com/photo/123120609 - Templo de Marduk |
Os bacanais eram festas de origem greco-romana, em que as pessoas comiam e se embriagavam por dias, entregando-se aos prazeres carnais. Fazem alusão ao deus do vinho (Baco ou Dionísio) e até podemos relacionar essa ideia de libertinagem com o que ocorre nas festas carnavalescas atuais.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacanal - Bacanal |
Havia ainda em Roma outras celebrações conhecidas como Saturnálias e Lupercálias, as primeiras aconteciam em dezembro e as segundas em fevereiro. Como nas anteriores, os papeis sociais também eram invertidos e as festas duravam dias, com comidas, bebidas e danças.
Após algum tempo, a Igreja Católica julgou as festas como profanas, uma vez que equiparava a inversão dos papeis sociais com a inversão dos papeis de Deus e do demônio. A partir do século VIII e com sua crescente ascensão, a Igreja criou a quaresma e determinou que as festas deveriam ocorrer apenas antes do período religioso para que, dessa forma, as pessoas estivessem purificadas para o momento sagrado, por isso a denominação "Carnaval", do latim carnis levale que significa "retirar a carne".
No Brasil, as primeiras festividades aconteceram no período colonial, uma delas foi o "entrudo", caracterizado por jogos violentos que remetiam ao tratamento recebido pelos escravos. No século XIX surgiram os cordões, compostos pela camada social mais humilde, instrumentos de percussão, apitos e dancinhas; os ranchos, que contavam com mais instrumentos e maior participação das mulheres e os blocos, formados por amigos que queriam andar pela rua sem coreografias prontas. Ambos contribuíram para a formação do que hoje conhecemos como Escola de Samba. Além desses, o maracatu e o frevo também marcam presença em nossa cultura carnavalesca.
http://morteevidajose.com.br - Maracatu |
Reflexão: No Carnaval dos dias de hoje, as pessoas têm mantido um equilíbrio entre o profano (diversão) e o sagrado (moral)?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782000000200013
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/carnaval/a-pratica-carnavalesca-entrudo.htm
http://www.klickeducacao.com.br/
http://brasilescola.uol.com.br/
https://www.todamateria.com.br
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