A necessidade de educar começa
no Brasil colônia com as missões jesuíticas, lideradas pelo Padre Manuel da
Nobrega, no século XVI. A intenção era a de catequizar os índios passando-lhes
os valores da sociedade europeia como forma de agir, falar e se comportar.
Ao passar dos séculos, durante muito tempo, o sistema educacional
brasileiro se resumiu às escolas rurais e universidades concentradas nas
capitais dos estados. Diante desse contexto, o transporte escolar adotava
veículos de tração animal e até mesmo embarcações, notadamente na região Norte
por conta da bacia amazônica a separar escolas e comunidades distantes.
Em resposta à revolução
industrial e com a virada do século XIX, a importação de veículos automotores
se fez intensa. As primeiras linhas de montagem de veículos no Brasil, em 1919
foram da Ford, seguida pela General Motors, em 1925. Ambas foram responsáveis
pela popularização dos auto-ônibus e pelo surgimento dos primeiros fabricantes
de carrocerias, tais como a Grassi, de São Paulo.
Vale ressaltar que as
carrocerias eram complementadas pelos encarroçadores das empresas Marcopolo,
Caio, Neobus, Irizar, etc.
Ford AA- 1930 Imagem: http://owlshead.org/ |
A partir da metade dos anos
1950 por conta da instalação de montadoras estrangeiras no país,
consequência do plano de nacionalizaçãodo governo federal, surgiram vários veículos utilitários julgados adequados à
condução de estudantes, seja nas cidades ou no campo. Nesse momento, ganha
destaque a Kombi, da Volkswagen, um verdadeiro símbolo do transporte escolar.
Volkswagen Kombi T2 |
Embora a indústria brasileira
estivesse crescendo, o transporte escolar seguiu por décadas na informalidade,
devido a dificuldades econômicas do país e a falta de regulamentação. Entre
charretes, automóveis de passeios e até mesmo caminhões, ocorreram muitos
acidentes decorrentes de veículos pobres em segurança e conforto. O número alto
de acidentes viabilizou a concretização de uma legislação específica para
melhor adequar os veículos. A partir dos anos 1990 surgiram vans mais modernas
como as Renault Trafic, Kia Besta, Asia Topic e Mercedes Sprinter 310D.
Imagem: http://www.wikiwand.com/ Kia 1988- 1997 |
Ainda com o surgimento desses
veículos mais novos, a Kombi continuou sendo a preferida por ter a mecânica mais
simples e o baixo custo inicial.
O programa “Caminho da escola”,
instituído em 2007 pelo governo federal, chega com a intenção de padronizar e
melhorar a qualidade do transporte escolar brasileiro. Os objetivos eram
renovar a frota dos veículos, além de aumentar a segurança e qualidade,
diminuindo assim, a evasão escolar dos estudantes da educação básica moradores
da zona rural nas redes municipais e estaduais.
Criado para resistir aos
impactos das estradas rurais, os ônibus rurais tinham características próprias
como balanços dianteiro e traseiro reduzidos para evitar o choque em vias
esburacadas, estrutura do chassi e suspensões reforçadas para aguentar os
impactos e dispositivo de bloqueio para melhorar a tração. Numa perspectiva inclusiva,
esses ônibus também poderiam possuir elevador para cadeirante, respeitando a
mobilidade dos alunos.
No que diz respeito ao cenário
urbano, os mini e micro-ônibus estão aos poucos substituindo as peruas, em
busca do aperfeiçoamento de dois aspectos já comentados: segurança e qualidade,
sem deixar de lado a flexibilidade econômica. Uma das marcas que se destacam é
a Volare, tanto para necessidades urbanas quanto para rurais.
Imagem: http://www.rodoservice.com.br/ Volare
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Revista Veículos de serviço do Brasil, Editora Planeta DeAgostini, 2016
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